sexta-feira, 29 de abril de 2011



Sabe aquele pesadelo que você tem medo de abri os olhos e descobri que não foi pesadelo? Medo de abri os olhos e está na cena do 'crime'? Tive um desses essa noite. É tão triste... E acordei ainda pior. O meu maior desejo era correr ao teu encontro, te abraçar e ouvi você dizer que me ama e que não vai me deixar, nem me magoar, nem me decepcionar. Infeliz de mim. Não posso te encontrar. Não posso te vê. Nem nada do que eu queria, pelo menos não agora, não hoje. O que também dói. Só quem tem amor distante sabe do que tô falando!
Já não fui dormi muito bem e acho que o sonho é reflexo do seu dia, assim, se você teve um ótimo dia, vai ter sonhos lindos e com flores. Se não, terá pesadelos! Triste isso, não?
A partir de agora, vou tornar os meus dias melhores, mais alegres, pois ninguém merece um dia ruim acompanhado de um pesadelo, concorda?



"Não tenha medo do sofrimento, pois nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca dos seus sonhos."

A gente vai empurrando e deixando e remendando e engolindo. Chega uma hora em que arrebenta a ferida: estoura, explode, sai pus, nojeiras e afins. É nesse momento que, ao invés de Band-Aid, pomada e beijinho, a gente precisa espremer mais um pouco e, quem sabe, enfiar o dedo fundo, forte, pesado e sentir a dor percorrer cada centímetro do corpo. É só após esse processo que tudo cicatriza – e a gente descobre até onde vai a própria força. E se supera (ainda bem).

Depois, o tempo. É ele, querido e bandido, que vai mostrar o quanto o lugar onde estava a ferida vai latejar nos dias feios, carregados e chuvosos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011


Lembro como se fosse ontem daquele medo que ficava escondido atrás de mim. Do quê?, lá no fundo eu me perguntava. Pra quê?, indiretamente eu me questionava. A gente quer tanto um amor, um lugar pra ficar, um abrigo, um porto. É isso, eu descobri: todo mundo quer um porto. A garantia, a certeza de companhia, aconchego, ir e vir, andar e parar. Um porto. A gente quer tanto e tem tanto medo. Pensei em voltar atrás, em deixar passar.
Loucura, insensatez, chame do que for. Mas eu agia insistentemente na base do boicote. E o amor passava longe, rindo de mim, voando.

Um dia eu parei de ter medo. Não, não parei, um dia eu fingi que parei de ter medo. Deu certo, de tanto acreditar numa coisa ela acabou acontecendo. De tanto fingir não-tenho-mais-medo o medo ficou se sentindo deslocado, ignorado e foi-se.
Parece insano: ser feliz amedronta. Lembro quando você me disse isso. Você-tem-medo-de-ser-feliz. Eu não quis parar pra pensar nem dar o braço a torcer, mas sim, eu tinha. Um medo quase sufocante, uma tensão que me apavorava. Dava medo, muito medo. Eu ficava arrepiada quando a felicidade me dava boa tarde. Por isso, eu pedia com licença e ia para outro lado. Até que um dia você me pegou pela mão e disse pra eu ficar. E eu fiquei. Hoje, sei que foi a melhor coisa que eu podia ter feito na vida.

A gente recebe diariamente pequenas provas e amostras grátis de que o outro é realmente a tal pessoa certa. Sempre acreditei nessa coisa de pessoa-certa-alma-gêmea-metade-da-laranja. Acho assim: pra cada um existe um. Simples, não? E é. Muitas vezes, a pessoa certa está bem ao nosso lado e, cegos, procuramos mais longe. É preciso estar sempre atento – ou bem desatento. Eu estava desatenta quando você chegou. Já sabia, é claro, que era a pessoa certa. São tantas – e pequenas – coisas que se tornam grandes. Todas as vezes que você ficou ao meu lado (e nos últimos tempos, mais do que nunca, eu percebi que sempre, sempre mesmo, em qualquer situação, eu posso contar com você). Que a gente riu junto. Que choramos. Que gargalhamos. Que fomos bobos. Que fomos atentos. Que aprendemos. Que ensinamos. Que demos colo. Que nos cuidamos. Que planejamos coisas e tricotamos sonhos. Acho bonito. É tão bonito a gente desenhar um sonho ao lado de alguém. De olhar no fundo do olho da pessoa e saber que é ela. Isso é único. E muito, muito especial. Quem tem um amor assim sabe do que estou falando. É uma sensação quase inexplicável de paz. Acho que é o mais próximo que conseguimos chegar de nós mesmos. Agora eu entendo: encontrar o amor da nossa vida faz com que a gente se reconheça sem máscaras – e, com isso, ame sem photoshop.


Ps: O importante, na minha opinião, é enxergar o outro como ele é – sem ilusões ou floreios. Se você quer a pessoa que você vê, certamente tudo será mais fácil. A gente precisa aceitar os próprios defeitos e limitações – e respeitar os do outro. Ninguém disse que é fácil. Mas, amar é tão bom que se torna maior do que o resto.



E o amor?, você me pergunta. O amor, ah, sei lá. O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer mal. É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau. O amor é uma tentativa eterna. E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você. Seja gentil, convide-o para entrar.

Hoje, então, eu não quero deixar pra depois. Quero esquecer promessas. Esquecer o primeiro tempo, o segundo. Esquecer planos, esquecer conquistas, esquecer o que passou e não lembrar do que virá. E quero agradecer. Obrigada, pai. Obrigada, mãe. Obrigada por estarem sempre comigo. Obrigada pelos abraços, pelos conselhos, pelos empurrões. Obrigada por terem aguentado tannnnnnnnnnta coisa. Obrigada, amor. Obrigada, irmão. Obrigada, tios. Obrigada, avós. Obrigada, amigos. Obrigada, conhecidos. Obrigada por cada palavra bonita, por cada carinho, por cada gesto delicado. Obrigada aos amigos que fiz. Obrigada a você, que nem me conhece, mas torce por mim. Obrigada de verdade. Mesmo.

Hoje eu lembrei que tem coisas que a gente jamais pode esquecer. Agradecer é uma delas: obrigada, de coração cheio e sorriso largo.

domingo, 24 de abril de 2011


Eu disfarço muito e quase ninguém percebe. Tem um monte de gente por aí que acha que me conhece o suficiente. Outros tantos acham que sabem o bastante sobre a minha vida. Entra no meu mundinho quem eu deixo. Acho que a gente não deve escancarar a vida, tem coisa que é só nossa e de mais ninguém. Quanto mais a gente dá liberdade para os outros mais eles se sentem no direito de se intrometer e meter o bedelho. Não gosto, pois da minha vida cuido eu. Das minhas coisas só eu sei. Do nosso amor a gente é que entende e sente.

Muita gente me acha bem extrovertida e falante. E eu sou. Mas uso isso como uma espécie de proteção, camuflagem, escudo. No fundo, acredite, sou tímida. Bem tímida. Sou tão tímida que fico vermelha quando me envergonho. Vermelha mesmo, pareço um pimentão. E apesar de ser aquariana eu odeio aparecer. Juro.

Na verdade, acho que sempre tive vergonha do meu lado mulherão. Por isso, até hoje me escondo atrás de meninices. Gosto de pijamas fofos, coisas com fru-frus, abobadices e coisas queridas em geral. E o lado mulherão? Cadê a cinta-liga, o batom vermelho, o olhar fatal, a jogada de cabelo? Não sei. Sei que isso tudo está em algum lugar de mim, mas acho que por tanto tempo escondi meu lado uau que agora ele brinca de pega-pega comigo. Tomara que eu consiga ter a coragem de pegá-lo de uma vez e, enfim, não ter a menor vergonha de me descobrir e ser quem eu, lá no fundo, sou.